Interessante eu começar essa nova empreitada com esse texto. Uma parte da história de Israel com surpreendentes mudanças. Talvez a mais significativa desde Moisés. Algumas pessoas encaram a história de Israel antes da existência do Reino como lendária e fantasiosa. Discordo dessa opnião pelo simples fato que nenhum povo encararia lendas de derrotas e sofrimento com prazer ou algo digno de ser lembrado. Mas não é esse meu objetivo ao escrever esse texto.
Samuel, um jovenzinho ainda, quando assumiu o “controle” de um povo que não tinha controle.
Um menino que cresceu no meio do poder, digamos, político de sua época e seu lugar. Conviveu com a corrupção de uma forma que parece até ter vivido nos dias atuais.
Testemunhou os juízos de Deus sobre a família do sacerdote Eli e aprendeu os valores da justiça e equidade daquele mesmo homem que se mostrara tão conivente com a corrupção dos seus filhos e subordinados.
Enfim, agora Samuel era visto pelo povo como a última manifestação do agrado e direção divina. O Povo assustava-se ao recordar-se dos vívidos momentos anteriores de lutas pelas terras, opressão, guerras e ainda por cima corrupção dos seus governantes. (Você não se identifica por aqui?).
Neste momento Deus se manifesta e logo após fazer juízo sobre os corruptos líderes de Israel também julga com pestilência os arrogantes inimigos do povo de Deus.
O sinal dado aos filisteus do favor divino em favor dos israelitas é incontestável. Também o é para os próprios israelitas, que em sua perplexidade pela corrupção anterior, haviam mesmo duvidado de seu Deus Jeová. (Para entender esse com clareza o que estou dizendo é bom ler os capítulos anteriores de I Samuel).
Agora observam em Samuel uma forma diferente de vida religiosa e o bom moço, sacerdote, profeta, pastor de seu tempo é também líder político com influência suficiente para reunir o disperso povo israelita numa nação com interesse próprio.
Numa ação unida quase sem precedentes o povo dirigido por Samuel promove um reforma religiosa nacional, instituindo definitivamente a religião outorgada por Deus a Israel através de Moisés e Josué.
É de fácil dedução o quanto o povo reunido em Mizpa (I Samuel 7:6-8), num ato de arrependimento e reforma digno de ser imitado, chama a atenção de seus inimigos de guerra (isso mesmo, esses povos antigos faziam guerra por questões culturais, quase uma diversão, um ritual que deveria ser seguido, não se admire de ver esses povos arábicos lutarem tanto entre si mesmos). Em um primeiro momento, os filisteus sentiram temor, por ver o povo unido, de uma maneira nunca antes vista em busca de uma religiosidade que eles não tinham. Religião e guerra tem estado quase sempre ligados na história da humanidade. Assim, atacando estariam prevenindo um eventual ataque organizado dos israelitas e se os israelitas não pretendiam ataca-los era uma ótima oportunidade para um massacre. (Algo parecido com os objetivos dos ataques terroristas dos povos árabes de hoje, lembrando que os filisteus habitavam a turbulenta Faixa de Gaza).
A Bíblia afirma que “trovejou o SENHOR aquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os confundiu de tal modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel”(I Samuel 7:10) Isso denota o caráter não lendário do texto. Se fosse uma história lendária estaria repleta de exaltação humana.
Deus pelejou por seu povo e derrotou por completo o exército “dos maiorais dos filisteus” restando ao povo de Israel apenas concluir a expulsão dos inimigos.
Neste dia, em que tão solicito Deus se mostrara ao seu povo, ajuntaram-se novamente em Mizpá e agora realizaram um sacrifício de gratidão, denotando entrega e devoção. Foi erguido um memorial chamado “Ebenézer” que significa “até aqui nos ajudou o Senhor”.
O texto de hoje prossegue com a também interessante e inquietante história da escolha do primeiro rei de Israel, mas eu vou parar por aqui.
Quero deixa-lo a pensar se o que falta para que Deus seja reconhecido como o baluarte e fortaleza da tua vida não é o arrependimento e confissão. Se seguimos nossa vida indiferente ao chamado divino, costumamos culpar a Deus por nossas derrotas e falhas, tal qual os israelitas nos tempos de Eli, quero lembra-lo que logo após a conversão e devoção do povo o próprio Deus manifestou-se “com grande estrondo” libertando seus escolhidos.
Pense nisto. Volte-se a Ele e quem sabe juntos diremos Ebenézer.